quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Era uma vez...

Hoje eu vou falar aqui a história de um peixinho.
Esse peixinho tinha olhos bem brilhantes, barbatanas gordinhas e um dourado diferente de todos os outros, nem mais bonito nem mais feio, diferente. Tinha alguns sorrisos nos lábios e vários amigos com quais gostava de ficar glub glubiando pelo mar. Até então era um peixe normal, nem mais nem menos, essa até podemos dizer é a sua maior característica, o meio.
Mas por trás de tanta normalidade havia algo que muitos conseguiam ver através de seus momentos de chatice, a existência de um coração gelado! Tão frio quanto as águas do Ártico!
Ninguém entendia! Como que por dentro de um peixinho tão normal e comum poderia haver tal geladeira? Como um peixinho de olhos tão brilhantes poderia ser tão vazio por dentro ou sem nenhuma luz?
Houveram aqueles que optaram ignorar ou que se conformavam dizendo " é as vezes é assim mesmo!", mas pior foi para aqueles que tentaram aquecer um pouquinho aquele coração. E nisso tentou-se de tudo! Assoprar,abraçar, colocar fogo, pensaram até, oh meu Deus, em até destruir aquele coração, porém nem isso adiantava, no final das contas era o vazio que incomodava.
O incomodo do vazio que era desconcertante, ninguém podia ocupá-lo ou tentar preenche-lo, ele era forte demais! Tão forte e tão grande que saiu do peixinho e ocupou o seu redor, assim apesar de conseguir conviver perfeitamente com outros peixes, nunca seria possível uma proximidade maior com ele. Aquele vazio o condenou a viver normalmente, mas nunca conseguir deixar alguma coisa entrar naquele espaço, nem mesmo um placton!
Porém o fato de ser todo oco não o incomodava, porque era a única coisa que realmente conhecia e o unico modo que sabia viver. Era mais comodo viver naquele vazilidão do que tentar conhecer o que estava fora da sua bolha. No fim, o peixinho era um medroso! A única coisa que sentia era medo do que podia encontrar lá fora e do que poderia ocupar o seu vazio. Porque o nada é confortável, não é nem uma coisa e nem outra.

Um comentário:

Bel Keppler disse...

hahaha adorei a historinha.